BRASIL-EUROPA
REFERENCIAL DE ANÁLISES CULTURAIS DE CONDUÇÃO MUSICOLÓGICA
EM CONTEXTOS, CONEXÕES, RELAÇÕES E PROCESSOS GLOBAIS
Agnus Dei da Missa N.S. do Belém de Manoel dos Passos. Igreja da Boa Morte, São Paulo 1974
Antonio Alexandre Bispo
Manoel dos Passos, policial, músico de banda, regente e compositor de grande número de obras para corporações militares e civis, autor de marchas, dobrados e de danças estilizadas, assim como de música sacra, influente personalidade na vida musical de meios sociais modestos de São Paulo e de cidades do interior das últimas décadas do século XIX e início do XX, caído em esquecimento, ignorado na literatura, não-considerado no ensino musical, foi objeto de estudos realizados em São Paulo desde a década de 1960.
O levantamento de suas composições e e de dados sobre as suas atividades e obra foi resultado da tomada de consciência da existência de uma esfera por assim dizer submersa da vida musical de São Paulo. A pesquisa de Manoel dos Passos representou um importante momento na reconstrução desse passado, de redes sociais e profissionais, de desenvolvimentos histórico-sociais, de continuidades e rupturas. Esses estudos foram pioneiros em diferentes sentidos. Revelaram não só um passado desconhecido e ignorado. Representaram um marco no desenvolvimento de estudos musicológicos de orientação sócio-cultural e de uma culturologia conduzida a partir da música. Essa orientação foi aquela do movimento Nova Difusão e do seu Centro de Pesquisas em Musicologia, fundados formalmente em 1968. Ela correspondeu aos intentos de superação de divisões, de modos de pensar, ver e proceder segundo esferas categorizadas do erudito, popular e folclórico, dirigindo a atenção ao intermediário, ao então visto como semi-erudito ou semi-popular.
Nesse contexto menos valorizado de expressões e práticas que não se enquadravam nem na esfera considerada como erudita, nem na popular ou folclórica inseriu-se Manoel dos Passos. Foi um compositor que não só se dedicou à música militar, de igreja e secular, a obras de maiores ambições artísticas e a peças para recreação como muitos outros músicos. A sua produção musical situa-se entre esferas, entre o militar e o civil, sacro e o secular, o sério e o lúdico, nela misturam-se formas, estilos e práticas. Exige, para ser considerada adequadamente, novos modos de pensar, de ver e de proceder. Uma mentalidade estreita, marcada por categorizações de objetos de estudos, de áreas disciplinares, mas também de esferas sociais e de grupos étnicos não permite que se reconheça os seus sentidos e valores. As perspectivas devem ser ampliadas e isso significa também mudanças de posições que permitam visões mais abrangentes.
A atenção dirige-se a processos que transpassam separações e fronteiras. O interesse da pesquisa volta-se à análise de processos sócio-culturais e ao estudo de condicionamentos com fins esclarecedores. Nesses intentos, a música desempenha um papel importante. Ela não só deve ser considerada como expressão ou manifestação. Ela age em movimentações psico-mentais, tanto individuais como coletivas. Essa potencialidade, esses efeitos da música, na sua evidência, foram salientados por teóricos através dos séculos. A música oferece-se como princípio condutor de análises de estados e transformações sócio-psicológicas em diferentes contextos epocais e culturais. Também a música de Manoel de Passos oferece-se a essas análises.
Relacionando na sua linguagem musical o marcial da música militar e o civil de banda, o recreativo e ligeiro com o sacro de suas composições para a igreja, Manoel dos Passos traz à lembrança o efeito da música não só no âmbito militar, desde sempre empregada no instigar entusiasmo, coragem, destemor à luta e em batalhas, como no âmbito religioso, cultivada nas suas funções hínicas e de movimentação interior do homem nas suas relações com mistérios celebrados no culto e com a oração. A música de Manoel dos Passos oferece-se assim para o repensar de ideários e critérios de estudos voltados da música sacra, que passam assim a ser considerados primordialmente sob a perspectiva de intentos de análise de processos e de condicionamentos culturais e sócio-psicológicos.
Os estudos de Manoel dos Passos e de sua produção exigiram pesquisas em acervos de bandas, militares e civis, assim como de igrejas de bairros de São Paulo e de cidades do interior. Constatou-se que a sua memória era obscurecida por fatos e decorrências de difícil confirmação, de estórias curiosas e possivelmente fantasiosas, como aquela de ter sido alvo de tiros de renomada personalidade da história da música militar de São Paulo e mesmo do Brasil.
Compreende-se que essa orientação, fundamentalmente transdisciplinar, levou a que Manoel dos Passos e sua produção musical despertassem a atenção de pesquisadores voltados a estudos culturais empíricos. Em época marcada por intentos de renovação da conceituação de folclore, do despertar de interesses pela cultura do quotidiano urbano, a produção de Manoel dos Passos ganhou em interesse, uma vez que a suas músicas religiosas foram aquelas de uma cultura do dia-a-dia de numerosas igrejas menores, de paróquias de bairros afastados, de pequenas localidades, de capelas, soando em procissões, em romarias e festas populares do calendário eclesiástico.
Tomou-se conhecimento de Manoel dos Passos e suas composições sacro-musicais a observação participante de celebrações em irmandades tradicionais de São Paulo nas quais atuava como regente o cantor e pesquisador de tradições Edgard Arantes. O estudo de tradições festivas relacionou-se com a prática sacro-musical em celebrações. Nos acervos, constatou-se um grande número de composições de Manoel dos Passos, missas, ladainhas, hinos eucarísticos, jaculatórias, motetos, novenas e outros.
As suas composições puderam ser encontradas em manuscritos e cópias em diferentes acervos de músicos de irmandades e bandas, de São Paulo e de cidades do interior como Jundiaí, Bragança Paulista, Itapeva ou do litoral como Iguape e Cananéia, o que demonstrava uma extraordinária difusão e a vasta rede de seus contatos pessoais e profissionais. Mantinha contatos com outros músicos como Carlos Cruz e Verissimo Augusto Gloria, este também policial, relacionado com seus familiares, em particular com Custódio Passos, um músico de banda, seu aprendiz, porém mais interessado pelo jazz. Na memória de antigos músicos, o seu nome era envolto em estórias de difícil comprovação, entre elas a de uma grave inimizade com o regente e compositor Antão Fernandes (1863-1949).
A partir de reflexões e estudos conduzidos no âmbito do movimento Nova Difusão e do seu Centro de Pesquisas em Musicologia, Manoel dos Passos foi considerado desde 1972 em nível superior dos estudos de música e de formação de educadores musicais no Instituto Musical de São Paulo. Foi considerado tanto em cursos histórico-musicais como aquele voltado à música na evolução urbana de São Paulo, como na Etnomusicologia, compreendida esta como Etnomusicologia Urbana.
Os participantes desses cursos, muitos dos quais já atuantes na prática educativa, deviam ser conduzidos a considerar os contextos dos meios sócio-culturais das escolas e seus alunos para o desenvolvimento adequado das suas atividades de ensino e formação. Em muitas dessas localidades, sobretudo de cidades do interior, eram confrontados com a música de compositores como Manoel dos Passos.
A produção sacro-musical de músicos como Manoel dos Passos passoua ser vista na década de 1960 como ultrapassada e inadequada à liturgia, sendo combatida por religiosos que, movidos por ideários de an os que se seguiram ao Concílio Vaticano II, propugnavam paradoxalmente uma música de igreja de cunho popular, com a participação ativa do povo. Esses religiosos, músicos em geral diletantes, dedicavam-se à produção de cantos pastorais, desdenhando todo um repertório que poderia ser considerado como verdadeiramente popular, criado por músicos das mais modestas origens e de desprivilegiadas proveniências etno-sociais.
O reconhecimento desse mal-entendido, dessas incoerências, não livre de arrogâncias por parte de um clero que se apresentava como renovador, marcou debates sob o aspecto histórico-musical e de uma Etnomusicologia urbana nos estudos do Instituto Musical de São Paulo. Essas reflexões levaram à formação de um grupo coral e orquestral destinado ao estudo e à realização experimental de obras de um passado soterrado. A perspectiva etnomusicológica trouxe a consciência que a sua reconstrução e a realização sonora das partes escritas exigia a consideração de conhecimentos objetivos através da pesquisa empírica, da observação e participação. Essas reflexões levaram à introdução pioneira da matéria Prática de Execução de orientação culturológica, não apenas histórica, assim como à criação de um corpo vocal-instrumental de natureza experimental, o Coro e Orquestra de Música Sacra Paulista. Essa orientação dos anos de sua fundação determinaram as suas apresentações até 1974, ano no qual se realizou pela primeira vez uma obra de Manoel dos Passos em forma de concerto.
1974 foi um ano marcado por intentos e iniciativas de internacionalização de estudos. Em cooperações com instituições e pesquisadores de outros países pretendeu-se desenvolver uma musicologia orientada segundo processos culturais e esclarecer problemas reconhecidos no Brasil, em particular no âmbito da música sacra e suas implicações patrimoniais e culturais. O ano de 1974 foi aberto com a realização do primeiro ciclo de estudos musicológicos luso-brasileiros em Portugal e na Espanha. Foi ano marcado pela realização de uma Semana da Arte no Instituto Musical de São Paulo, cuja vasta e diversificada programação correspondia ao debate então atual referente à polivalência na formação de educadores e da introdução da Educação Artística nos currículos escolares.
Essa Semana da Arte foi encerrada com a celebração de missa na histórica igreja da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, na qual executaram-se obras de dois compositores do passado de São Paulo que surgiam como particularmente significativos para a consideração de diferentes correntes e contextos da produção sacro-musical do século XIX. O objetivo desse evento foi o de trazer à consciência a necessidade de revisão de visões historiográficas e, sobretudo, de perspectiva e ideários de um proselitismo eclesiástico que desvalorizava bens culturais. Não é necessário salientar que a execução de obras do passado paulista segundo as funções de culto para as quais foram criadas apenas pôde ser realizada após discussões polêmicas com autoridades eclesiásticas e a aceitação de restrições impostas.
As obras escolhidas para a celebração de missa de encerramento da Semana foram re-apresentadas em forma de concerto na mesma igreja, no dia 29 de setembro de 1974. Esse concerto representou um marco nos desenvolvimentos que deviam levar à internacionalização dos estudosa partir da Alemanhae a seu desenvolvimento em cooperações com instituições e pesquisadores na Europa. Inaugurou o projeto discutido em Portugal de desenvolvimento de uma musicologia orientada segundo processos culturais e, reciprocamente, de uma culturologia de condução musicológica em contextos globais. As obras escolhidas deviam exemplificar complexos de questões a serem discutidas.
A Missa São Pedro de Alcântara de Elias Álvares Lobo (1834-1901), dedicada a Dom Pedro II, executada pela primeira vez em Itú na década de 1850 e a seguir na Capela Imperial, devia trazer á consciência a necessidade de uma maior diferenciação na consideração de correntes sacro-musicais no século que foi da Restauração e do Historicismo, questionando visões históricas e ideários eclesiásticos do século XIX. Esse intentosurgia como atual às vésperas do ano em que se devia rememorar os 450 anos de Palestrina, celebrados em 1975.
A execução da Missa Nossa Senhora do Belém op. 2 de Manoel dos Passos, de 1894, devia trazer à consciência todo um complexo de questões relacionados com a prática musical nas igrejas e na vida cultural em meios mais modestos da população em décadas marcadas por questões sociais, de trabalhadores e operários do pontificado de Leão XIII, o papa que entrou na história pela sua encíclica Rerum novarum. A sua encíclica de 1887 que, à evidência dos conflitos sociais o tinham levado a dedicar o mês de outubro ao Rosário, tinham não só fomentado a veneração mariana no Brasil, como também desenvolvimentos que deviam ser considerados nos estudos da Abolição de 1888 e suas consequências. Esta encíclica teve grande recepção em Itú, cidade que tinha a sua história marcada por Elias Álvares Lobo, mas que podia ser considerada nas suas consequências da forma mais significativa a partir da Missa Nossa Senhora do Belém de Manuel dos Passos, criada em outros contextos do que aqueles de Itú.
A missa de Elias Lobo, constituída apenas de Kyrie e Gloria, foi complementada com partes da Missa Nossa Senhora do Belém. Da composição de Manoel dos Passos, que abrange todas todas as partes do Ordinarium, foram executados o Credo, Sanctus e Agnus Dei. Ambos inseriram-se em contextos urbanos e sócio-culturais distintos, exemplificando diferentes tradições e meios da vida musical do interior e da capital, aqui de diferentes bairros. A diferença da linguagem musical dos dois compositores, provenientes e inscritos em diferentes contextos sócio-culturais, devia suscitar reflexões..
A prática da composição apenas de Kyrie e Gloria em muitas obras do passado, ou seja de partes introdutórias, antecedentes ou preparadoras da liturgia verbi, como discutida em cursos de Estruturação Musical, era apenas um dos aspectos a serem recordados. A atenção devia ser dirigida sobretudo às proximidades e diferenças na formação cultural e nas atuações dos compositores nas suas inserções em processos sócio-culturais e desenvolvimentos urbanos. Retomou-se aqui estudos voltados a processos culturais urbanos, à consideração de diferentes bairros da capital que levaram à realização do Festival de Outono da Nova Difusão com o apoio do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo em 1970.
À época de sua composição, Elias Lobo, que tinha sido principal representante da música sacra de Itú e atuado em época de dificuldades econômicas como Procurador em Jundiaí, passara a viver em São Paulo, tornando-se responsável pela música sacra na Igreja de Santa Cecília e, como professor, atuando na Escola Normal. Manoel dos Passos, com a sua Missa Nossa Senhora do Belém, relaciona-se também com Jundiaí e a então Belém de Jundiaí - Itatiba -, cidade marcada pela atuação de músicos de banda de São Paulo, entre eles Veríssimo Glória.
Composto no dia 21 de maio de 1894, a obra de Manuel dos Passos revela que foi escrita no mês de maio, mês de Maria, e não à época do Natal. A designação de Belém não se refere assim ao presépio, à época natalina, mas a uma localidade. Essa constatação dirige primeiramente a atenção a Jundiái, onde o compositor atuou e onde a obra foi difundida. Esses elos motivaram estudos da história dessa devoção na região. Segundo a tradição e história, ela remonta a histórica imagem trazida em 1792 à cidade, proveniente de Minas Gerais e que passou a ser venerada no meio sertanejo, tendo como principal devoto aquele que se tornou conhecido como Sargentão. Primeiramente em Jundiaí, transferiu-se para o então denominado Sertão de Jundiaí, o bairro do Atibaia fundado em 1786 e que passou a ser a freguesia de Belém de Jundiaí, posteriormente Itatiba. A missa foi difundida em outras cidades, entre elas em Bragança, onde era executada por Hermógenes Horácio de Paiva e em Araras, onde fez parte do repertório de Benedito de Morais.
Na capital, os bairros em que Elias Lobo e Manoel dos Passos viviam e atuavam não podiam ser mais distintos um do outro. O de Santa Cecília - assim como então o de Campos Elíseus e Higienópolis - foi marcado no seu planejamento, desenvolvimento e moradores por um alto padrão sócio-econômico, contrastante com aquele de bairros operários do meio de Manoel dos Passos. A Missa Nossa Senhora do Belém, composta em São Paulo, refere-se à intensidade da devoção mariana tão fomentada por Leão XIII em bairros operários da capital, sobretudo no Belém com a sua paróquia de São José do Belém, Belenzinho e adjacências, salientando-se a Vila Maria Zélia, a primeira vila operária de São Paulo.
A consideração dessas relações da música com a configuraçcão sócio-cultural de bairros veio ao encontro de estudos realizados no Conservatório Musical Ernesto Nazareth na Móoca, então estreitamente vinculado com o Instituto Musical de São Paulo, iniciados com evento ali realizado no Festival de 1970 e cujos alunos participaram da execução da obra de Manoel dos Passos. O Coro e Orquestra de Música Sacra Paulista, nos anos que se seguiram, passou a ser dirigido por um ex-aluno desse conservatorio.
Manoel dos Passos, diferentemente de Elias Lobo, foi músico que, apesar de também obediente e seguidor das prescrições e medidas restaurativas eclesiásticas, revela nas suas composições uma linguagem musical marcada pela sua formação e atividades profissionais da prática musical de banda. Já a predominância de instrumentos de sopro, em particular de metal nas suas obras, manifestam essa proximidade com prática musical de bandas.
A Missa de Nossa Senhora do Belém manifesta esse peso dado a instrumentos de sopro. tendo sido escrita para quatro vozes, dois violinos, clarineta, flauta, saxofone, trombone, bombardino e oficleide. Os elos com a prática musical de bandas expressa-se também na condução melódica, na configuração rítmica e no tratamento musical do texto, Manoel dos Passos trata partes de especial júbilo do Gloria e o Resurrexit do Credo como entusiásticas marchas. O Credo, confissão e afirmação de fé, longo, explanado em condução predominantemente silábica de célere recitação, oferece-se nessa linguagem musical a um tratamenteo quase que de empolgamento marcial e de parada.
O mais surpreendente e que foi motivo de particular consideração foi a ritmização do Agnus Dei que, com suas figuras pontuadas, é tratado na cadência de dobrado ou marcha lenta de procissão. Essas interações deram margens a reflexões e debates sob diferentes aspectos. Salientou-se que bandas, militares e civis, pertencem antes à esfera secular, sendo as corporações expressões de vida social e cultural de comunidades e instituições urbanas, em muitos casos de trabalhadores e empregados do comércio e da indústria, unidos em geral por afinidades políticas. A estilização de danças de moda revela o significado das bandas de música para o estudo histórico da música popular. Retomou-se nessas reflexões estudos tratados em conferências realizadas anteriormente pelo Instituto Musical de São Paulo no Serviço Social do Comércio.
A Missa Nossa Sra. do Belém - assim como em geral produção sacro-musical de Manoel dos Passos - revela supreendentes relações entre a esfera profana e a música sacra. Não pode ser considerada sob critérios críticos eclesiásticos que viram como sintoma de decadência a entrada do profano e da ópera em música sacra teatralizada do início do movimento restaurativo do passado. Manoel dos Passos procura vir ao encontro das prescrições litúrgico-musicais, mas a sua linguagem musical reflete o seu condicionamento cultural.
Manoel dos Passos foi considerado a partir de 1975 no âmbito do projeto brasileiro de desenvolvimento de uma musicologia orientada segundo processos em contextos globais levado a efeito a partir do Instituto de Musicologia da Universidade de Colonia com o apoio do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). O interesse despertado decorreu da atualidade de debates concernentes ao século XIX na Musicologia e, sobretudo, da música sacra perante as mudanças de concepções e práticas decorrentes do Concílio Vaticano II. Encontrava-se em andamento um projeto editorial dedicado às culturas musicais da América Latina no Século XIX na área da Etnomusicologia, o que pressupunha interações de perspectivas e procedimentos históricos e etnomusicológicos.
Composições de Manoel dos Passos foram consideradas em encontros, salientando-se as suas ladainhas, estudadas em ciclo de estudos dedicado ao tema, cujos resultados foram publicados em 1983.
Solistas:
Mariinha Magalhães Lacerda (meio soprano), Henrico Vannucci (tenor), José Carlos de Azevedo Leme (baixo).
Coro estudantil:
Sueli Bispo, Cecilia Santos Teixeira, Marília Ceci S. Macedo, Maria Expedito S. Amaral, Rosana Mordenti, Delly Cardoso Carrapatoso, Maria Amélia Baruffaldi, Marcioa M. F. M. Carvalho, Leila Rosa Gonçalves, Maria Cristina Piqueres, José Carlos de Azevedo Leme, Luxcy Fischer, Manoel A. Bragherolli, Nilva Karutsu, Luciano de Faria, Edith Maria Oliveira, Benedito Moreira, Roberto D. Cavalheiro, Tanea Mazzeo, Helena Yassuko Hirata, Silvana Lorenzetti, Maria Dulce Leandro, Diva C. Bastos, Marilia de P. Garcia, Niwton Tiretti, Marcos Julio Siegl, Lilian Garcia, Sederis Liseta Algieri, Gloria Maria Gabriel, Ir. Maria Salete, Celia Maria Gonçalves, Angelino Jorge Bizzarro, Bernadete L.F. Martins, Carlos Américo Badia, Eneida Monaco, Maria do Carmo Cerulli, Rosely Magro, Adriana Conceição Pinto, Mariinha M. Lacerda, Julio Dias Gaspar, Silas de Oliveira, Diva Marini Delfin, Jorge Mello, Misako Matsumada.
Orquestra:
Violinos: Walter Gandolfi, Teresa Saraiva Schnorrenberg, Tiago Oliveira Pinto, Mechthild Elizabeth W. Vargas, Gloria Bertalot. Cello: Iraf de Paula Souza, Mathias Oliveira Pinto, Abel Santos Vargas. Oboé: José Davino Rosa. Trompete: Antonio Carlos Lima. Clarineta: Nivaldo Donega. B. Tuba: Elias Camargo. Saxofone soprano: Darcio de Oliveira e Souza.
Este texto é extraido da publicação
Antonio Alexandre Bispo. Pedro II 200 Anos. Música em estudos euro-brasileiros do século XIX. Gummersbach: Akademie Brasil-Europa & Institut für Studien der Musikkultur des portugiesischen Sprachraumes e.V.
416 páginas. Ilustrações. (Série Anais Brasil-Europa de Ciências Culturais)
Impressão e distribuição: tredition. Ahrensberg, 225.
ISBN 978-3-384-68111-9
O livro pode ser adquirido aqui